quarta-feira, 24 de junho de 2009

O Despertar da Maturidade

O Desafio da Maturidade
O Crescimento e a Busca da Inteireza
Por Gizelda Capilé Releitura do DESPERTANDO NA MEIA IDADE, Kathleen A. Brehony

A crise da meia-idade ou período de desenvolvimento da maturidade pode ser e é caracterizada por uma situação de intenso desconforto, conflito, depressão e ansiedade.

O senso comum percebe todo esse processo como sintoma indicativo de uma doença orgânica ou psíquica, contrariamente à visão de C.G.Jung que aponta estas manifestações como tentativas de auto-cura, movimentos de uma psique saudável ao tentar encontrar um equilíbrio adequado.

Jung nos diz que “o momento da eclosão da neurose não é exatamente uma questão de acaso. Em geral, ele é decisivo. Normalmente, é o momento em que se exige um novo ajuste psicológico, isto é, uma nova adaptação”.

É importante observarmos que Jung considera a neurose como “desunidade da pessoa consigo mesma” e todo o processo de transformação humana (individuação) como um “movimento consciente em direção à inteireza psicológica”. Em última análise, a situação emocional percebida como doença é o caminho e a motivação para o processo de individuação.

Segundo Jung, “o homem neurótico que sabe que é neurótico é mais individuado que o homem a quem falta esta consciência. O homem que é um transtorno para o seu meio, e sabe disso, é mais individuado que o homem bem-aventuradamente inconsciente de sua natureza”. Esta é a visão também de Giordano Bruno (eminente estudioso do séc. XVI) quando nos diz que “O Diabo não é tão mau como o pintam”, numa referência explícita à questão dos opostos, ou seja, à disparidade entre as atitudes do Ego consciente e o que ocorre no inconsciente.

Enquanto que para os jovens os problemas advêm geralmente de um conflito entre as forças do meio e os impulsos intrínsecos ligados ao relacionamento com as figuras parentais, na maturidade o embate se estabelece entre os pares de opostos, consciente e inconsciente. Desta forma, a habilidade para administrar o conflito interno que surge no período de desenvolvimento da maturidade é de fundamental importância, o que só é possível a partir da estruturação de um Ego forte, ou seja, à partir de uma personalidade que permita a integração de suas partes frágeis, conscientizando-se de que o que importa no processo de individuação não é a perfeição, mas, o reconhecimento e aceitação de quem eu sou e do que eu quero para a minha vida.

Segundo Jung a psique individual conhece tanto os seus limites como o seu potencial. Se os limites são excedidos ou o potencial não realizado, ocorre o colapso. A própria psique age para corrigir a situação na busca da inteireza, ou seja, na busca da integração dos postos, da individuação.

Na meia idade, os problemas psicológicos subjacentes, muitas vezes inconscientes, que estão lutando para emergir, assim como a busca da inteireza e a freqüente confrontação com a própria mortalidade e a mortalidade dos outros, não são tão simples, nem restritos a sexo, classe social, escolaridade, nem a qualquer variável demográfica.

A transição da meia-idade é, portanto, uma experiência profundamente humana que pode e deve ser vista como uma oportunidade que a natureza oferece para a busca da realização do potencial individual e conseqüente encontro com a pacificação interior. Algumas pessoas quase nem percebem a entrada na maturidade e outras sentem como se tivessem sido atropeladas por um caminhão. Inúmeras pessoas sentem alguma mudança física, de relacionamento ou profissional, mudanças na auto-imagem, mudanças de valores com relação à família, sexualidade, espiritualidade e identidade pessoal. É uma iniciação a lugares internos antes desconhecidos, volta à “casa do Pai”, encontro consigo mesmo.

O que chamamos de transição da maturidade é, portanto, um processo espiritual e psicológico e não necessariamente cronológico, sendo possível que os sintomas e mudanças dramáticas que associamos à meia-idade ocorram em qualquer ponto da vida. A maioria das pessoas experimentará essas mudanças e sintomas por volta dos 35, 40 e 50 anos de idade. Geralmente quando essas mudanças ocorrem fora da meia-idade é porque uma crise existencial obriga as forças espirituais, arquetípicas, a entrarem em ação pressionando o individuo a crescer e mudar. Talvez, pela primeira vez, a pessoa se encontre no centro de uma crise que determina a perda de quem pensava que fosse e isto dói. Dói tanto que se apresenta sob a forma de sintomas como dificuldades para dormir, vaga sensação de ansiedade, falta de entusiasmo pelas atividades que desenvolvia até então, irritabilidade, sensação de tristeza, solidão, sentimento de impotência ou onipotência, sensação de vazio, choro sem motivo aparente, conflito entre escolhas opostas.

Há um ditado chinês que diz que “enfrentando o mal antes dele se manifestar é possível domina-lo”. Partindo do principio que o mal é tudo aquilo que nos desloca da posição cômoda e nos causam desconforto, para crescermos, temos que nos desapegar de muitas coisas que acabaram por definir quem somos.

A personalidade formada na juventude está em combate mortal com a sabedoria do si - mesmo, o lugar profundo dentro de cada um de nós que compreende e conhece as perdas que ainda estão por vir durante todo o desenrolar de nossas vidas. No nível mais básico, temos que nos desapegar de quem somos a fim de nos tornar quem devemos ser.

A passagem da maturidade é a porta de entrada para as camadas mais profundas da nossa alma. Esta passagem pode ser transposta de inúmeras maneiras e podemos optar se os passos serão dados com sofrimentos e transtornos ou se caminharemos com leveza e alegria, abrindo as comportas da alma através da psicologia, das artes, da filosofia, da mitologia, da ecologia e da espiritualidade. Esta passagem precisa ser transposta de forma consciente, com segurança e paciência, com coragem e determinação. É importante que saibamos dos nossos próprios limites, que nos respeitemos nesta jornada do herói, pois, quando se começa uma batalha “talvez se queira mais do que se é capaz de realizar e no meio de tudo nem mesmo se ousa tentar aquilo que há para fazer consigo mesmo” (Franz Kafka).

segunda-feira, 15 de junho de 2009

Maturidade é tema de palestras em cartaz

Temas como a “maturidade”, “a busca pelo autoconhecimento na idade madura”, e “fitohormônios” serão temas em cartaz neste mês de junho, de 17 a 25, SEIVAS - Centro da Maturidade Seivas, quando serão realizados palestra e curso focados em adultos entre os trinta e cinco e sessenta e cinco anos de idade.

O primeiro tema "Tomando Consciência do seu Potencial de Conhecimento e Mudança" - acontecerá na quarta, dia 17. Na oportunidade, Gizelda Capilé falará sobre as possibilidades de transformações na idade madura, um período, segundo ela, repleto de amplas possibilidades de mudanças e desenvolvimento de novos talentos, ao contrário do que muitos adultos crêem. “A palestra tem como público alvo pessoas interessadas em conhecer a si e ao mundo, bem como a chave para a transformação e o desenvolvimento de uma vida mais íntegra e, consequentemente, mais feliz”, enuncia o material de divulgação.

Gizelda Maria Capilé de M. Silva é Psicóloga de Orientação Junguiana, formada pela Faculdade de Psicologia da Univerdade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). É especialista em Psicanálise – (UFMT) e possui vinte e sete anos de experiência profissional em Depressão e Psicogeriatria. Gizelda Capilé é ainda Pós - Graduanda em Psicologia Analítica e Religião – Curitiba/PR; realiza trabalhos em consultório com adultos e idosos; coordena grupo de Melhor Idade do Projeto “Aprendendo a Viver” no Espaço Psicopedagógico Humanizar; é Diretora do Centro de Estudos de Psicologia Junguiana (Cuiabá/MT) e ainda Diretora Técnica do Seivas - Centro de Maturidade.

Além deste, a programação de junho no SEIVAS ainda traz na agenda o curso ‘Fitohormônios’, que será realizado entre os dias 21 e 25 de junho, pelos profissionais Maria das Graças Leão, farmacêutica sanitarista; a nutricionista Márcia Prado e pelo pedagogo Antônio Nery. Como objetivo consta a abordagem natural da Terapia Hormonal e Alimentação funcional na Maturidade com vistas à promoção da qualidade de vida.

Para participar - Para participar basta que os interessados entrem em contato com o Seivas pelo telefone 65 30520392. Mais informações também podem ser buscadas no site http://www.seivas.com.br/ ou pelo e-mail seivas.seivas@gmail.com.

SEIVAS – O Centro da Maturidade é um espaço que se dedica a estudos, promoção de encontros, reflexões, vivências e experiências que favoreçam a ampliação da consciência na idade madura, que compreende dos trinta e cinco aos sessenta e cinco anos.

Esta é uma iniciativa precursora em Cuiabá, cujo objetivo é possibilitar às pessoas que se encontram na maturidade a oportunidade de conhecer e compreender o processo de transformação bio-psico-socio-espiritual da maturidade, definido por C.G.Jung como "Processo de Individuação”.

Além de palestras, a programação mensal do Seivas conta ainda com aulas de ioga, expressão corporal, artes cênicas, artes plásticas, customizaçào, consultoria de imagem, exercício da mente, entre outros.


SERVIÇO

O QUE:
Palestras do Seivas em cartaz
QUANDO:
Palestra - Dia 17, a partir das 19h30; Curso de Fitohormônio - 21 a 25;
Local:
Seivas (endereço abaixo)
Horário:
Confira aqui
Programa de Palestras de Junho do Seivas


SEIVAS – CENTRO DA MATURIDADE

Endereço: Rua Desembargador Ferreira Mendes nº 258, Cuiabá – MT
e-mail: seivas.seivas@gmail.com
Telefone (065) 3052-0392

terça-feira, 2 de junho de 2009

Quem Somos

Considerando que a maturidade é um tempo em que a autonomia e a busca da inteireza se fazem necessárias, torna-se imprescindível o conhecimento dos múltiplos aspectos da vida e, principalmente, o autoconhecimento, para a conquista do equilíbrio e da paz.

O desenvolvimento da maturidade não se faz apenas na perspectiva cognitiva, mas fundamentalmente na direção do ser integral, quando o entrelaçamento da realidade consciente e inconsciente, profana e sagrada, é parte integrante da experiência total do ser.

Esta experiência inclui a confrontação com os aspectos latentes de nossa psique, cujo reconhecimento é determinante para o processo de individuação. Processo este que possui dois aspectos principais: por um lado, é um processo interno e subjetivo de integração, mas, por outro, é um processo indispensável ao objetivo de relacionamento. Um não pode existir sem o outro, mesmo que ora um, ora outro, predomine.

O objetivo da individuação não é o homem perfeito, mas o homem completo, consciente de que a possibilidade de transcendência, na reunião da escuridão da vida com sua origem numinosa, pode ser o começo da libertação interior.

Nesta perspectiva pensamos na criação do SEIVAS – Centro da Maturidade como um espaço de encontros, estudos, reflexões, vivências e experiências que favoreçam a ampliação da consciência para que cada ser, em seu processo de desenvolvimento descubra o potencial para uma vida mais plena.